Gouveia e Melo e André Ventura protagonizaram um debate acirrado ontem, onde as tensões políticas se tornaram palpáveis. O candidato do Chega, Ventura, desafiou o status quo, afirmando que a sua candidatura representa uma verdadeira ruptura com as práticas políticas dos últimos 50 anos, enquanto Gouveia e Melo enfatizou a necessidade de união entre os portugueses.
O debate destacou as divergências ideológicas. Gouveia e Melo criticou Ventura, afirmando que este não apresentou uma visão clara para o futuro do país. “Os portugueses têm uma escolha a fazer: querem uma mudança real ou continuar com o que temos tido?”, questionou Gouveia e Melo, reforçando seu compromisso com uma estratégia de união.
Ventura, por sua vez, não hesitou em atacar o adversário, argumentando que a sua liderança é a única capaz de trazer a mudança necessária. “Estou em primeiro nas sondagens e isso é um sinal de que os portugueses querem um ‘murro na mesa’ no sistema político”, afirmou, desafiando a narrativa de Gouveia e Melo.
O clima de tensão aumentou quando Ventura se referiu ao apoio do ex-primeiro-ministro José Sócrates a Gouveia e Melo, insinuando que isso revela uma aliança com o que há de mais problemático na política portuguesa. “Se Sócrates quer impedir que eu chegue ao poder, é porque sabe que eu represento uma ameaça ao seu legado de corrupção”, declarou Ventura.
Gouveia e Melo respondeu com firmeza, defendendo a importância de uma presidência que una todos os portugueses, independentemente de suas origens políticas. “Precisamos de um presidente que represente a todos e que não se prenda a rótulos”, disse.

As questões sobre a imigração e a recente decisão do Tribunal Constitucional sobre a lei da nacionalidade também dominaram o debate. Ventura expressou sua indignação, afirmando que a decisão foi uma derrota para o povo português. “Estamos a permitir que a nossa nacionalidade seja tratada como um bem de mercado”, lamentou.
Gouveia e Melo, por outro lado, defendeu a importância de respeitar a Constituição e garantir que todos sejam tratados de forma igual perante a lei. “Não podemos permitir que a nacionalidade seja usada como uma ferramenta política”, enfatizou.
O debate terminou sem um claro vencedor, mas com a certeza de que a corrida presidencial está cada vez mais acirrada. Com as eleições a aproximarem-se, a tensão entre os dois candidatos promete aumentar, enquanto os portugueses se preparam para uma escolha crucial para o futuro do país.
