“Não me demito”: ministra reage ao caso da grávida que morreu após ter tido alta no Amadora-Sintra

Ana Paula Martins rejeita demissão e explica informação que detém sobre o caso da grávida que marca esta sexta-feira.

Ninguém quer ir para lá trabalhar”: ministra da Saúde ainda não tem um  plano para o Hospital Amadora-Sintra - Expresso

A ministra da Saúde, Ana Paula Ministra, rejeitou esta sexta-feira demitir-se na sequência do caso da morte da grávida de 38 semanas após consulta de rotina no Amadora-Sintra.

“Sra. Deputada, eu creio que, muito respeitosamente, não lhe respondi no primeiro momento porque me pareceu que saberia a minha resposta. A minha resposta é não, não me demito“, afirmou Ana Paula Martins dirigindo-se à deputada do Chega Marta Silva após insistência na questão sobre a ministra ter ou não condições para continuar no cargo.

Ouvida no parlamento no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), Ana Paula Martins foi questionada pela deputada do Chega Marta Silva sobre o caso da grávida de 38 semanas que morreu durante a madrugada na Unidade Local de Saúde (ULS) Amadora-Sintra, após ter tido, dias antes, uma consulta de rotina e ter sido mandada para casa.

Sem responder, num primeiro momento, à pergunta que se tem imposto nos últimos dias – sobre se tem condições para continuar no cargo -, Ana Paula Martins fez a cronologia dos factos que conduziram à morte da mulher e lembrou a abertura de processo por parte do IGAS.

“O que lhe posso dizer é que, pelas 00h28 de hoje [sexta-feira], foi recebida uma chamada no Centro de Orientação de Doentes Urgentes [CODU], no INEM, solicitando ajuda para uma grávida de 36 anos, com uma gestação de 38 semanas que apresentava falta de ar. Depois de realizada a triagem clínica e prestado o aconselhamento necessário, o CODU acionou uma ambulância de socorro às 00h36“, começou por detalhar.

A grávida foi assistida pela equipa do INEM e às 00h54 o CODU foi avisado de que “a vítima se encontrava em paragem cardiorrespiratória”. A partir desse momento, acrescenta a ministra, foi “acionada a viatura médica de emergência e reanimação do HFF” e às “1h14, no local, a equipa médica da VMER implementou as medidas de suporte avançado de vida adequadas“.

Seguiu-se o encaminhamento para o hospital onde deu entrada pela 1h48″.

“Após a entrada no serviço, foi realizada de imediato uma cesariana de emergência, tendo o bebé nascido às 1h56, encontra-se neste momento sob vigilância médica com prognóstico muito reservado“, detalhou.

Quanto à deslocação da utente no dia 29 de outubro, a ministra afirma que se “dirigiu assintomática a esta ULS para uma consulta de rotina, durante a qual foi identificada com hipertensão ligeira“. Face ao estado da mesma, e “de acordo com o protocolo clínico, a utente foi então referenciada internamente para a urgência de obstetrícia, onde, após a realização de vários exames complementares de diagnóstico, teve alta com indicação para internamento às 39 semanas de gestação”.

Lamentando a morte, Ana Paula Martins acrescenta que a mulher “não teve acompanhamento até à data em que entrou pela primeira vez no Hospital Amadora Sinta, já com 38 semanas”.